Invisibilidades Emergentes
É um projeto curatorial que envolveu a clínica em seis instâncias: proposição, curadoria de obras, preparação, articulação, produção e exposição. Aconteceu em 2018, envolvendo 12 artistas, 12 performers e um curador convidado .
As obras de arte desses artistas, foram escolhidas por serem reconhecidas como proposições que expressavam o campo das invisibilidades emergentes.
Apresenta instalações, vídeos, performances, intervenção, fotografia, pintura, desenho e esculturas cuja matriz poética parte de uma escuta fronteiriça. Olhares que se enveredam por fissuras e fraturas de experiências humanas para revelar algo que não estava no campo do visível.
“Se esta exposição se chamasse simplesmente invisibilidades, estaria exposta talvez uma contradição. Pois pressupõe-se que as obras reveladas constituem superfícies sensíveis que de algum modo materializam certas virtualidades que atravessam seus propositores.
Lembremos, porém, que estamos diante de INVISIBILIDADES EMERGENTES… Pois nada está dado de imediato, nenhum objeto se encontra plenamente exposto, mas em situação de emergência – no duplo sentido da palavra. Há sempre um indício, um risco, um limiar e uma urgência. Os rastros do gesto, o silêncio das vozes, o escamotear das dissonâncias, o descartar das memórias e suas insistências, um certo incômodo no canto da retina. Tudo é “ainda” ou “quase”.
As invisibilidades são como presenças difusas e discretas que se insinuam nas imediações do real. Estão lá, na periferia de nossas atenções, a depender de nossa solicitude – e de uma certa capacidade para suportar o corpo-a-corpo com as incertezas – para que possam ganhar alguma imantação: um balbucio de linguagens.
É, portanto, uma questão existencial que está posta. Para além de uma atitude artística, o ato criador torna-se testemunho, depoimento e forma de resistência.”
O texto curatorial acima foi escrito por Nathalia Letter